terça-feira, 4 de agosto de 2009

CAFÉ E SOLIDÃO

No Boulevard
o café acabou...
Não posso flutuar na fumaça do cigarro
porque a Portaria Municipal
me proíbe!
Aguardo, então, o toque do celular,
que não vem! Silêncio gritante no ar...
O café não amenizou a angústia,
nem com todo o chantilly...

Como estão confusos os teus caminhos.
Tanto quanto os meus.
Solidão companheira...
quase sempre.
Minha única realidade são os sonhos,
enquanto sonhos... somente enquanto!

O burburinho do shopping, somado a essa
espera, me deprime um tanto.
Vejo tudo à volta como meros detalhes, e somente
na vida das outras pessoas...
Porque sou um ser à parte, à margem desse quadro.
Um ser qualquer que, esporadicamente,
tem um lugar nesse espaço de todos,
apenas esporadicamente.
Não mais...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ô poeminha bom esse, hein? Ritmo certo e tiradas (melhor, botadas)certeiras. A ocasião faz o ladrão, ou a dor ensina a gemer, ou cada um sabe onde lhe dói o sapato. é exatamente isso que ele passa, chega-se a saborear a angústia e a dor subjacente quase traz o choro por sabermos o quanto somos todos tão sozinhos nesta vida.