quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Novos Tempos Difíceis

Há um quê de neurose no ar... ela se espalha mais a cada dia, a cada notícia no jornal, no telejornal, a cada estatística atualizada sobre internados e mortos... E a gente tem a impressão de que assiste a uma volta aos tempos da Idade Antiga e Medieval, quando as epidemias varriam os seres da face da terra, às pencas. E a explicação era: ira dos deuses! Causa aceita, na época, com unanimidade, sem questionamentos. É, parece, então, que os deuses voltaram a lançar sua ira, desta vez sobre os mortais do século XXI. Século XXI! Pessoas morrendo de gripe! Aprendemos pouco de lá pra cá! O medo está no olhar dos quantos vemos pelas ruas, cada vez que alguém tosse ou espirra, muitas vezes até em razão de uma simples irritação momentânea de garganta ou vias nasais. Nada mais de beijinhos de amigos, de abraços apertados, até apertos de mãos são evitados... Não se para mais ao passar por conhecidos, se houver um jeito até finge-se não vê-los, pra evitar aquele perigoso contato em que o maldito viruzinho certamente irá atacar... Quando não se consegue evitar o encontro, fica-se ali: um "oi", mal pronunciado, feito estátua, evitando chegar muito perto. A gente se sente meio imbecil, muito imbecil, pra dizer a verdade, mas o dilema da dúvida, vence. Me pergunto até quando teremos que observar este quase isolamento a que a moléstia nos obriga... Tudo parece um exagero burro, mas e se não for? Neste momento, quem sabe tudo sobre esta gripe? As autoridades, na tentativa de não alarmarem a população, respondem às perguntas, ora com subterfúgios de " é gripe normal, como as outras que matam também, blá, blá, blá", ora obrigando-se a divulgar os fatos antes omitidos, a fim de que os cuidados sejam afinal observados, até mesmo no sentido de prevenção. Não adianta querer tampar o sol com a peneira, há que se colocar todos os pingos nos is, já citando chavões antigos e chatos, mas verdadeiros. Mesmo que a neurose se instale, a informação deve ser divulgada integralmente! São vidas humanas em jogo. Neurose ou não, vamos levando, vivendo... os que escaparem, claro!

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