quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Reestruturando

Acho até que não vai ser mau, não. Vejo que a capacidade de conformismo ante o irremediável que tem o ser humano é admirável. Quando se cria raízes naquele solo tão desejado, a tendência é pensar: quero morrer aqui! Mas aí a casa cai e a gente se vê, de repente, na iminência de perder o bem que tanto esforço custou... E a gente emperra, teima, e nada mais serve, e nada mais existe além dessa conquista. Então, as pedrinhas vão rolando, rolando no caminho e, de repente, após repetidos tropeços, se vê que nem tudo é durável até que a morte nos leve, mas que pode ser infinito enquanto durar, como cantou Vinícius. Vale pra tudo! Foi bom enquanto durou! Hora de mudança é hora de se refazer a estrutura da vida de acordo com as regras impostas pelos acontecimentos de algumas perdas, que podem trazer outros ganhos. Urge, então, um transplante de raízes. É a atitude obrigatória do momento agonizante. Deixar pra trás desejos antigos, pousar os olhos em outros, e novos, e, consequentemente, conquistar horizontes mais calmos. Encher de paz o caminho a seguir... pra vida fluir, pra saúde não sumir! É o surgimento de novas raízes, em novo solo. Por que não? Já creio que será salutar, enriquecedor até! Novos ares, novas imagens, e melhor, o fim do arrocho! Mais a sensação de leveza que o desprendimento causa. Afinal, não foi tão difícil!

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