sexta-feira, 14 de novembro de 2025

PANDEMIA - Tempo de Pensar


É 2020. Assustado, o mundo parou, e o refúgio foi a casa de cada um. Um vírus fatal surgiu ceifando vidas, sacudindo o planeta e transformando nossas vidas da noite para o dia! Nunca tantos repentinamente buscando  repensar a vida, a sua e a do outro, assim tão urgentemente, como se vislumbrando um fim de tudo. Viu-se até a solidariedade ressurgir, e emergir do fundo de cada um, porque não havia outro jeito. A sombra da morte, na sua ronda ameaçadora, fez-se presença fatal em cada canto do nosso mundo. E o que se deu foi que esse inimigo invisível e aterrorizante resultou na união de um grande número de pessoas na luta comum pelo anseio de viver. Luta árdua! A Ciência estarrecida, correndo agora contra o tempo em busca de uma arma eficaz contra esse desconhecido que infecta pelo ar e arrebata todas as vidas que estão ao seu alcance...  Ao que parece o caminho da cura ou da prevenção está ainda engatinhando. Porém, abnegados profissionais revezam-se incansavelmente na busca de uma solução. Sim, corre-se contra o tempo na tentativa de produzir vacinas, as quais não chegam em tempo pra muitos, que se estão indo antes da comprovação desses experimentos. Muito triste! Assim está a humanidade neste abril. E há ainda o agravante do aparecimento de uns seres sombrios e cheios de ódio que, ardendo no fanatismo e na adoração febril de um governo satânico e negacionista, ameaçam pôr mais ainda a perder, afrontando cegamente um vírus que desconhecem.  Como se não bastasse, ironizam sarcasticamente os que aí estão a dar tudo de si para salvar vidas, além de pôr em risco a si próprios. Sentem-se os donos da verdade, desrespeitam a vida, mergulhados em profunda, triste e irrecuperável ignorância, além de venerar um falso messias, este que elegeram com muita truculência. Nosso país está assim, dividido em duas forças: a do bem e a do mal. 
O bem, unindo forças e abraçando o mundo, envolto em aura grandiosa de solidariedade universal, conclamando e tentando conscientizar a todos pra ficarem em casa e respeitarem o isolamento indicado como única forma de salvar vidas. Criando também uma admirável força coletiva  de atendimento aos que necessitam e aos que adoecem vítimas do vírus, sem olhar a quem o fazem. Muitas vezes, eles próprios fatalmente perdendo a vida nessa missão de salvamento, que desempenham valorosamente.
O mal, sabemos na figura de quem, unindo suas forças também, mas em prol da defesa às suas riquezas materiais, sempre em detrimento da vida e a favor  do lucro. Como selvagens enfurecidos, protestam contra o isolamento social e contra o fechamento de seus estabelecimentos empresariais. E, entre a cruz e a espada, está o trabalhador, que recebe toda essa pressão e ameaça, e que, temendo quanto ao seu emprego, tem duas escolhas: a possibilidade da vida, caso fique em casa, mas a quase certeza da morte, se atender ao patrão.  A morte tem triunfado em não raras vezes. Pouco ou nada se importando com os índices de mortes, esse gado doente sai às ruas feito manada ensandecida, arrastando seus ódios, e ainda criando riscos para si e para os que lhes cruzam o caminho. Banalizam a vida, como se papel secundário tivesse, como não tendo o mesmo valor que seus bens materiais representam.   
Se entendermos que o planeta está passando por uma transformação que o levará a uma condição de vida mais justa, poderemos tirar dessa catástrofe, uma grande lição. A união dessa corrente grandiosa de solidariedade resultou nesse pequeno, mas importante, coletivo de ajuda mútua que estamos vendo, e que caminha a passos firmes para a construção de um mundo melhor. Assunto que os adoradores do "mito maldito" consideram, do alto de sua ignorância, como sendo "coisa de comunista", porque a ordem nesse balaio de loucos é que cada um cuide do seu umbigo, tipo uma versão adaptada  especialmente pra esses infelizes daquele velho e conhecido ditado, ensopado de egoísmo e que é a cara deles: cada um por si, ninguém pelos outros, ou, em outras palavras: coletividade é utopia de comunista. A ignorância nessas criaturas do mal é tão contundente que eles nem percebem que elevam o comunismo a um alto grau de humanismo! Parece cômico? Não! É trágico! E, parodiando Pôncio Pilatos, lavam as mãos! Assim como: "Eu cuido de mim, e dos outros que cuide Deus, e isso se Ele quiser!" Jogam a bola pro altíssimo e avançam, cegos, braços dados com o egocentrismo até que a morte os separe, e só então os desespere! Aí o bicho pega esse bando de patriotas equivocados!
Por outro lado, há nesses últimos meses, muita reza chegando aos céus! Ah, é que o sapato apertou! Eu própria não era muito assídua, confesso. No entanto, hoje, eu e muitos, clamamos por saúde pra todos, e todo o dia expandimos essa vibração ao planeta inteiro, não mais a restringindo às nossas quatro paredes ou apenas a nossos familiares. É que estamos nos sentindo, todos ou quase todos, mais irmãos. E isso é bonito. Um bom sinal. Temos um caminho longo ainda a percorrer pra nos tornarmos seres mais evoluídos, mas tivemos que parar um pouco, estender nossa visão para além do nosso reduto, e ampliar nosso horizonte particular. E estamos descobrindo que parar para pensar engrandece. A gente se vê por dentro. E vê os outros. E tentar ver cada um do jeito que é também engrandece. E muito importante, a gente passa a entender e aceitar a individualidade do outro. Com isso tudo, claro, temos surpresas boas e outras nem tanto. Mas, enfim, estamos entendendo que sem união somos apenas unidades aleatórias e desorganizadas, corpos desordenados, seres vazios e doentes da alma, zanzando às tontas num planeta que nós mesmos tornamos triste e, como consequência, sem merecermos sequer o espaço que ocupamos. Mas ainda há uma saída. Há muito que se aprender se prestarmos bastante atenção no que está acontecendo a nossa volta. E acho que o tempo é agora! 

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