sexta-feira, 12 de junho de 2009
PENSANDO BEM
Tem dias que a gente tá insuportável. Diz tudo que vem à telha, sem medir consequências, sem nem pensar se é aquilo que realmente se pensa. Parece apenas um cuspir de recalques incrustados, embolorados em nossas entranhas. Ou a revolta de não se poder admitir que se odeia perder uma discussão, uma causa. Arre! Coisa feia... coisa que causa um mal-estar irreparável, já que não se pode desdizer a palavra dita, por mais que se tente, parece que ainda fica pior. A ofensa como que se materializa, cria forma, se agiganta. E a gente fica assim, pequenininha, o retrato deplorável do arrependimento. Nem perdão nessa hora apaga a culpa, porque se sabe que normalmente quem perdoa, afirma: "Até perdoo, mas não vou mais esquecer!" Puxa, mas o perdoar necessita do esquecer... é, não se pode errar mesmo, não nos perdoam, e o pior é que nem nós nos perdoamos. Quando o nosso embate é com aquela pessoinha que é tudo na vida da gente, a dor fica tão doída... Tão doída que a gente passa desesperadamente a querer compensar o outro pelo desgosto que causamos. Então, é sim pra cá, sim pra lá... Tantos embates, que à vida vão se somando mágoas e culpas, tornando-nos mais um cliente do feliz terapeuta. Que seria dele se não fosse nossa neurose? E como aprenderia a curar suas próprias? Evidente, precisa da experiência própria pra converter no ensinamento a ser aplicado. Sabe Deus quanto tenho tentado não explodir por ninharias, mas há aquele dia em que o copo enche e a gente sucumbe. Se curasse nosso mal, tudo bem, mas não cura... cria outro mais cruel, por se tratar, quase sempre de quem muito amamos!
sexta-feira, 5 de junho de 2009
SEM ATITUDE
Junho chegou de novo! Veio correndo como a dizer: "Te mexe, a vida urge!" Tá, mas por onde começo?! Deixei lá atrás minhas atitudes, meus sonhos rotos e amarelados, e minhas risadas francas. Minha busca estancou em alguma parte do caminho, fragmentos espalhados, misturados às pedras encontradas. Algumas transpomos, outras nos derrubam, isto é inegável. O que aconteceu, nem sei. Só sei que a vida correu, correu muito, basta ver que junho chegou mais uma vez. E ainda me encontro em alguma parte daquele caminho, assim, lembrando o que não foi, lamentando o por que de não ter sido. Triste fim de tantos projetos arquitetados, apenas arquitetados, e nenhum realizado de fato. E sabe o que tô pensando, sinceramente? Que não há mais tempo... "Cuidado, criatura, isso cheira à velhice." Tô sempre repetindo que a velhice tá na cabeça, e que juventude também! "Então, que é isso agora? Vai escolher o quê?" Confesso que tô confusa. Bastante. Quero dizer que ainda há tempo pra fazer muito, que sempre há tempo quando se quer muito algo. E digo que tenho que começar... começar buscando lá atrás minhas atitudes parasitadas no tempo, reorganizando meus sonhos desfeitos , recuperando a risada franca, que se calou, deixando em seu lugar sorrisos tímidos incolores... Urge uma atitude. Mas, hoje o sol até já se foi, e a noite vem caindo. Só amanhã...
Assinar:
Postagens (Atom)